O
Estudo do Comportamento do Consumidor é uma preocupação
recente dentro do Marketing. O crescimento de sua importância reflete
uma mudança no foco mercadológico: antes, os vendedores eram
vistos como os iniciadores das transações de marketing; hoje,
percebe-se um equilíbrio de poder entre compradores e vendedores
no mercado.
O
modelo mais utilizado para se entender o processo de compra é o
seguinte: para cada compra, o consumidor recebe um tipo de estímulo,
que é percebido e processado pela sua mente e gera um tipo de resposta.
A resposta esperada pelos profissionais de marketing é a compra
de seu produto. Mas, até chegar lá, um longo caminho é
percorrido. Vamos analisá-lo.
Figura
1 |
|
Estímulo
Os
estímulos que levam a um processo de compra podem vir de dentro
do indivíduo ou de seu meio. Dentre os estímulos externos
estão as atividades de marketing:
a propaganda, que lembra ou aguça uma necessidade; a distribuição,
colocando o produto perto do consumidor; o desenvolvimento de produtos,
visando atender necessidades do consumidor.
Figura
2 |
|
Ainda
como estímulos externos, temos os fatores ambientais,
dentre os quais se destaca o cultural. A cultura (conjunto de crenças
e valores de uma sociedade) determina hábitos de consumo, como a
compra de alimentos, roupas, lazer, etc., e difere entre os países
e entre as regiões de um país, gerando necessidades diferentes
nos consumidores.
Como
estímulos internos, temos o que se pode classificar,
de forma ampla, como memória. O sabão em pó que acabou,
o sabor agradável de uma comida, e outras lembranças podem
gerar um processo de compra. É o dia-a-dia do consumidor. O outro
tipo de estímulo (a motivação) é um dos mais
importantes para o nosso estudo, pois trata de necessidades humanas - e
o marketing existe para identificar e atender necessidades e desejos.
Segundo
Abraham Maslow, as necessidades humanas podem ser classificadas em 5 tipos.
As necessidades fisiológicas são aquelas relacionadas
com sobrevivência (fome, sede, sono, etc.); as necessidades de segurança
têm a ver com proteção e a vida futura; relacionamento
é amizade, amor, afiliação; reconhecimento
pode ser lido como status - ter uma posição acima dos demais
membros do grupo; e auto-realização, o nível
mais alto de necessidades, é a busca de conhecimento e transcendência.
Figura
3 |
|
Para
atender a essas necessidades podemos ofertar produtos ou destacar certos
aspectos na propaganda. Perceberam que toda propaganda de cerveja mostra
um grupo animado? Pois esses comerciais estão mostrando a cerveja
como um "motor" para atender necessidades de relacionamento. Assim, que
necessidades deve atender um plano de previdência privada? E um perfume?
Arroz? Cartão de crédito (precisar não precisa...)?
Processo
Tendo
sido exposto a uma série de estímulos, o consumidor irá
processá-los para chegar a uma resposta. Cada indivíduo reage
de maneira diferente, mas podemos identificar três grupos de características
que filtram os estímulos, chegando a padrões de resposta.
Figura
4 |
|
Características
individuais:
As
mais importantes são idade e estilo de vida. Em cada
fase da vida os indivíduos têm formas diferentes de satisfazer
necessidades. Tomar Coca-Cola na adolescência, vodka quando jovem,
vinho quando adulto.
Já
o estilo de vida tem a ver com o tipo de orientação
da pessoa: algumas são orientadas por imagem, por aquilo que as
outras pessoas pensam; outras são orientadas por princípios,
fazem o que querem, sem se importar com a opinião alheia. Estas
tendem a ser inovadoras, enquanto que aquelas são mais sensíveis
aos apelos de marketing.
Características
sociais:
Aqui
temos as pessoas à volta do consumidor. Em primeiro lugar, a família:
diferentes tipos e tamanhos de família têm diferentes padrões
de consumo. A quantidade e idade dos filhos, idade e formação
dos pais ajudam a determinar o que e quanto comprar para uma série
de produtos, de fralda a automóvel.
Outro
grupo que influencia o consumidor é o grupo de referência:
amigos, colegas de trabalho, de escola, vizinhos. Quanto mais a pes-oa
for orientada por imagem , mais importante será o grupo de referência
para ditar padrões de consumo.
Nível
de envolvimento com o produto:
Produtos
que são usados em público (roupas, carros) normalmente
requerem uma compra mais estudada; já aqueles usados dentro de
casa (alimentos, higiene e limpeza) não recebem tanta atenção
do consumidor.
Também
os artigos de luxo têm, por parte do consumidor, um envolvimento
maior na compra; já os de conveniência são comprados
de forma mais automática. Não dá para fazer uma grande
pesquisa de preço, qualidade e atributos a cada compra de detergente...
Filtrados
por essas características, então, os estímulos tornam-se
uma necessidade, reconhecida pelo consumidor e que o levará a uma
compra (ou não!). Devido às muitas diferenças individuais
não se pode assegurar que um mesmo estímulo gerará
as mesmas respostas de vários consumidores.
Resposta
Se
o produto é de baixo envolvimento, não é avaliado
pelo grupo de referência, é de uso privado, de conveniência
e comprado com alta freqüência, o consumidor certamente adotará
um processo de compra rotineira: sua decisão é automática,
sem grandes rodeios.
Figura
5 |
|
É
o que leva à fidelidade de marca, o que é ótimo para
a empresa - quando essa marca é sua. Quando não, é
necessário um grande esforço de marketing para quebrar a
fidelidade e introduzir nossa marca na mente dos consumidores.
Se,
no entanto, o produto é de alto envolvimento, não é
comprado sempre, tem alto custo, é avaliado pelo grupo de referência,
aí, então, o consumidor entra em um processo mais complexo
de compra, que envolve pesquisa, comparação, avaliação,
demanda tempo e outros recursos. Cabe ao profissional de marketing prover
informações ao consumidor e manter um ótima imagem
para que a decisão seja pela sua marca.
Resumindo:
|