França é o país que mais
consome pão na Europa
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PARIS. O consumo de pão caiu muito na França
nos últimos 90 anos. No início do século, um francês médio consumia 900
quilos de pão por ano. Ano passado, o consumo aqui chegou a 160 quilos por
pessoa a cada 12 meses. É ainda, disparado, o maior índice europeu. Os
poloneses vêm em segundo lugar: cada um deles come cem quilos de pão
anualmente. Em seguida aparecem os alemães, com 80 quilos anuais, e os
belgas, com 77 quilos. Além da tradição na produção, o francês tem
regras antigas também para transportar e consumir o pão de cada dia.
Em primeiro lugar, não existem por aqui
aqueles saquinhos de papel reciclado para carregar pão. Até porque uma
baguete pesa 250 gramas e tem cerca de um metro de comprimento. O francês
leva na mão a baguete para casa. Algumas boulangeries dão aos seus
clientes um pedacinho de papel com a marca da casa, de 20cm por 20cm, para o
comprador evitar o contato direto da mão com o pão. Muitos dispensam o
papelzinho. Depois, em todas as refeições, o pão vai à mesa ao lado do
vinho. Este muitas vezes misturado com água.
O francês, e isso é incrível, só não
consome a baguete com regularidade no café da manhã. Aí entra outra
instituição culinária desse país: o croissant. Mas essa é uma outra história.
O fato é que com a perda da qualidade, a baguete foi cedendo espaço a outros
pães que hoje freqüentam a mesa francesa com desenvoltura impressionante
para um país conservador como esse. A lista de primos da baguete cresce como
massa de pão e contribuem para as finanças das padarias. No interior do país
e em algumas padarias de grandes cidades, principalmente de Paris, é
fabricada a baguette de campagne, que recebe uma farinha especial, é
cozida de maneira mais lenta e sai do forno num tom mais escuro e um pouco
mais encorpada.
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